Não poderia ser menos do que um escândalo, a notícia de mais de 36 mentiras ao longo de dois anos escritas em reportagens no jornal The New York Times. Acusado de fraude o jornalista Jayson Blair inventava personagens, frases e lugares. Dizia nas reportagens ter ido a locais por onde nunca havia passado, culpado ou não o jornal nunca checou as fontes de Blair antes da publicação, obviamente o caso provocou a sua demissão em 2003 e a quebra de credibilidade de um Jornal de nível mundial.
De fato é um caso sobre uma carta de príncipios, e formação ética permanente dos jornalistas. Envolve a necessidade de checagem das fontes e uma maior acuidade na apuração, pois como bem afirmou Philip Meyer em A Ética no Jornalismo “o primeiro dever de um jornal é ser acurado, e se não puder ser isso, então não pode ser imparcial, equilibrado, ou útil à sociedade que serve”.
O uso da omissão da identidade das fontes como medida de segurança pessoal e também como forma de manutenção da própria fonte é de se entender, a necessidade está na busca pela veracidade que nem sempre está a mão, os fatos são difíceis de descobrir e verificar, e o papel jornalístico é resistir a tentação de abandonar a luta por um caminho mais fácil.